terça-feira, 19 de janeiro de 2010

acaba o conto do Paulo Coelho

-Céu
-O Céu? Mas o guardião do portal de mármore disse-me que ali era o Céu!
-Ali Não é o Céu é o inferno contradisse o guardião.
O caminhante ficou perplexo
-Deverias proibir que utilizasse o vosso nome. E essa informação falsa deve provocar grandes confusões. advertiu o caminhante.
--De modo nenhum! respondeu o guardião- na realidade, fazem-nos um grande favor, porque ali ficam todos os que são capazes de abandonar os seus melhores amigos.........
Paulo Coelho

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Continuação do conto do Paulo Coelho

Depois de caminhar um bom bocado de tempo encosta acima, já exaustos os trez chegaram a um outro sítio, cuja entrada estava assinalada por um portão velho, que dava para para um caminho de terra batida, ladeado por árvores....
À sombra de uma das árvores estava deitado um homem, com a cabeça tapada por um chapéu. Dormia provavelmente.
-Bom dia- disse o caminhante.
O homem respondeu com um aceno.
-Temos muita sede, o meu cavalo, o meu cão e eu.
-Há uma fonte no meio daquelas rochas- disse o homem apontando o lugar.
-Podeis beber toda a água que quiserdes.
O homem, o cavalo e o cão foram até à fonte e mataram a sede.
O caminhante voltou atrás, para agradecer ao homem.
-Podeis voltar sempre que quiserdes- respondeu este
-A propósito, como se chama este lugar? perguntou o caminhante.

acaba àmanhã o conto do Paulo Coelho

domingo, 17 de janeiro de 2010

Um conto do Paulo Coelho

Um homem, o seu cavalo e o seu cão iam por um caminho. Quando passaram por uma árvore enorme, caiu um raio e os tres morreram fulminados O homem não se deu conta de que já tinha abandonado este mundo, e prosseguiu o seu caminho com os dois animais.
( às vezes os mortos andam um certo tempo antes de tomarem consciência da sua nova condição)
O caminho era muito comprido, e colina acima, o sol estava muito intenso; eles estavam suados e se
dentos.
Numa curva do caminho viram um magnifico portal de mármore, que conduzia a uma praça pavimentada com portais de ouro.O caminhante dirigiu-se ao homam que guardava a entrada e travou com ele o seguinte diálogo:
-Bom dia.
-Bom dia respondeu o guardião.
-Como se chama este lugar tão bonito?
-Aqui é o Céu.
-Que bom termos chegado ao Céu, porque estamos sedentos!
-Você pode entrar e beber quanta água quiser. E o guardião apontou uma fonte.-
-Mas o meu cavalo e o meu cão também têm sede....
-Sinto muito - disse o guardião, mas aqui não é permitida a entrada de animais.
O homem levantou-se com grande desgosto, visto que tinha muitíssima sede, mas não pensava em beber sòzinho.
Agradeceu ao guardião e seguiu adiante

Continua àmanhã

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Pensamentos

No que mais se diferenciam os pássaros do ser humano é na sua capacidade de construir, mas deixando a paisagem como estava.
Robert Lyund - Irlanda

A beleza não é um atributo das coisas em si. Só existe na mente que as contempla.
David Hume- Escócia

A maior enfermidade é não ser ninguém para ninguém.
Teresa de Calcutá

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

De cartas a um poeta Rainier Maria Rilke....

............Fuja dos grandes assuntos e aproveite o que o dia a dia lhe oferece. Diga as sua tristezas e os seus desejos, os pensamentos que o afloram, a sua fé na beleza. Diga tudo isto com uma sinceridade íntima, calma e humilde. Utilize para se exprimir, as coisas que o rodeiam, as imagens dos seus sonhos, os objectos das suas recordações. Se o quotidiano lhe parecer pobre, não o acuse: acuse-se a si próprio de não ser bastante poeta para conseguir apropriar-se das suas riquezas. Para o criador
nada é pobre, não há sítios pobres,indiferentes. Mesmo numa prisão cujas paredes abafassem todos os ruídos do Mundo, não lhe restaria sempre a sua infância, essa magnífica riqueza, esse tesouro de recordações?......................

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Sophia de Mello Breyner Andresen

Dia do Mar

AS ROSAS

Quando à noite desfolho e trinco as rosas
É como se prendesse entre os meus dentes
Todo o luar das noites transparentes,
Todo o fulgor das tardes luminosas,
O vento bailador das Primaveras,
A doçura amarga dos poentes,
E a exaltação de todas as esperas

Obra Poética de Sophia de Mello Andresen