sábado, 27 de novembro de 2010

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Bagua e as secretárias

Miguel Sousa Tavares ( a propósito da perda de sua Mãe)

"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."

terça-feira, 23 de novembro de 2010

recordações da infância

Há dias fui a Grândola e na montra de uma loja de tintas vi uma caixa de madeira, a foto está na mensagem anterior, que me recordou algo de muito querido da minha infância e que vou contar.
Eu fui a filha mais nova de 3 irmãos e como tal senti sempre que não tinha o mesmo afecto dos meus pais do que os meus irmãos, mas aquela caixa de costura mostrou-me o quanto eu estava errada e como podemos inventar coisas que nos parecem mesmo reais.
Um dia o meu pai apareceu em casa com uma caixa muito parecida com a da fotografia mas um pouco maior e mais robusta. Lá dentro havia tubos de graxa escovas e panos para engraxar sapatos.O meu pai explicou-me como devia fazer e eu passei a cobrar não sei se 1 ou 2 tostões por engraxar os sapatos das pessoas da casa e com a minha vozinha de criança gritava pela casa fora " Engraxadora!! Quem quer engraxar sapatos? Mas o negócio não rendia e eu desisti.
Meu querido pai vendo-me triste um dia apareceu com um tabuleiro identico aos que as meninas nos cabarets pendutavam ao pescoço com cigarros à venda. Nesse tabuleiro o meu pai colocou, linhas, dedais, agulhas e outras coisas que servissem para a costura e eu lá andava com o tabuleiro pendurado, desta vez gritando " Quem quer comprar linhas, agulhas e mais coisas para a costura?" A pricípio ainda fiz algum negócio, mas fui-me apercebendo que a minha mãe quando precisava de alguma coisa tirava da minha lojinha sem me dizer nada e foi um grande desgosto para mim ter de fechar também o meu negócio. Recordo com muita ternura o meu querido pai tão injustamente julgado por mim

a caixa de costura

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Há que mudar atitudes e comportamentos

Hoje foi-nos dito que estava um cão encostado a uma vedação próximo à Quercus, um pastor alemão, com indicios de terlevado uma pancada de um carro. Fomos ver e de facto o cão estava à chuva que era na altura continua, e mesmo chamando não se levantava. Claro que não arriscámos grande aproximação pois o animal estava ferido e podia morder. Vasculhamos os montes nas proximidades uns não tinham ninguem outros não conheciam. Tivemos de frisar que era só para socorrer o animal , e não era para qualquer indeminização de despesas provocadas pela pancada. As pessoas não dizem nada para não prejudicarem outras!!!!!!!!!
Buscas infrutiferas, até que nos lembramos de uma amiga que trabalha perto do ICN. Pedimos ajuda e no ICN contactaram com o Marco vigilante da Natureza.
A equipa funcionou com a vontade de todos e o cão acabou por ser levado com a garantia de que o dono ia ser contactado. Viemos a saber que o animal deve passar a semana sózinho certamente preso a um corrente como é habitual sem qualquer interacção com o ser humano. Talvez ao fim de semana. Creio que isto corresponde ao que se passa com grande parte dos animais de estimação, o que é verdadeiramente vergonhoso e desumano. Aqui fica um pouco do que se passou hoje na estrada de Vila Nova de Santo André, Pensemos um pouco nisto tudo e na forma de mudar atitudes e comportamentos e ajudar outros a mudar tambem

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ensinamentos de S.S. Dalai Lama

-Sobre a responsabilidade Universal
"A humanidde é uma só e este pequeno planeta é nossa única casa. Se temos de proteger esta casa, cada um de nós precisa experienciar um sentimento vivo de altruismo universal. Nosso planeta foi abençoado com vastos tesouros nturais. Se os usarmos adequadamwente, todo o ser humano poder+a usufruir de uma vida rica e de bem estar"

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Poema

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Estratégia
(Um poema de Nuno Júdice, in A Fonte da Vida)

Em que limites começa o meu limite?
Entre que marcos de fronteira alguma se marcam
os extremos por onde passo?
De que ecos me são devolvidas as palavras
que não cabem nas frases em que só o amor ainda cabe?
São estas as fórmulas do princípio: daqui
podem nascer os caminhos que não acabam, ou
terminar esses becos que se adivinham num dobrar
de esquina. Aqui nos sentamos, ainda,
para recomeçar esse jogo infindável, o xadrez
em que cada peça é um fragmento de sonho,
e cada jogada um salto por entre as
nuvens. Pedes-
-me que não adormeça: mas como
resistir à estranha
obscuridade dos teus olhos, enquanto a música
dos insectos embala este princípio
de tarde? Então, levantas-te, abres a janela,
e o verão entra para dentro da sala. Assim,
pode ser que tudo recomece, que se limpe
o tabuleiro, ou se atirem as peças para o chão, e
eu te ouça sem as imposições de regras, de movimentos
obrigatórios, de protocolos absurdos no jogo
da vida (o único em que ninguém sabe quem ganha,
no fim).

31 de Outubro de 2010

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A Cidade dos Resmungos

31 de Outubro de 2010

a cidade dos resmungos

Era uma vez um lugar chamado Cidade dos Resmungos, onde todos resmungavam, resmungavam, resmungavam. No verão, resmungavam que estava muito quente. No inverno, que estava muito frio. Quando chovia, as crianças choramingavam porque não podiam sair. Quando fazia sol, reclamavam que não tinham o que fazer. Os vizinhos queixavam-se uns dos outros, os pais queixavam-se dos filhos, os irmãos das irmãs.

Todos tinham um problema, e todos reclamavam que alguém deveria fazer alguma coisa.

Um dia chegou à cidade um mascate (*) carregando um enorme cesto às costas. Ao perceber toda aquela inquietação e choradeira, pôs o cesto no chão e gritou:
- Ó cidadãos deste belo lugar! Os campos estão abarrotados de trigo, os pomares carregados de frutas. As cordilheiras estão cobertas de florestas espessas, e os vales banhados por rios profundos. Jamais vi um lugar abençoado por tantas conveniências e tamanha abundância. Por que tanta insatisfação? Aproximem-se, e eu lhes mostrarei o caminho para a felicidade.

Ora, a camisa do mascate estava rasgada e puída. Havia remendos nas calças e buracos nos sapatos. As pessoas riram que alguém como ele pudesse mostrar-lhes como ser feliz. Mas enquanto riam, ele puxou uma corda comprida do cesto e a esticou entre os dois postes na praça da cidade.

Então segurando o cesto diante de si, gritou:
- Povo desta cidade! Aqueles que estiverem insatisfeitos escrevam seus problemas num pedaço de papel e ponham dentro deste cesto. Trocarei seus problemas por felicidade!

A multidão se aglomerou ao seu redor. Ninguém hesitou diante da chance de se livrar dos problemas. Todo homem, mulher e criança da vila rabiscou sua queixa num pedaço de papel e jogou no cesto.

Eles observaram o mascate pegar cada problema e pendurá-lo na corda. Quando ele terminou, havia problemas tremulando em cada polegada da corda, de um extremo a outro. Então ele disse:

Agora cada um de vocês deve retirar desta linha mágica o menor problema que puder encontrar.

Todos correram para examinar os problemas. Procuraram, manusearam os pedaços de papel e ponderaram, cada qual tentando escolher o menor problema. Depois de algum tempo a corda estava vazia.

Eis que cada um segurava o mesmíssimo problema que havia colocado no cesto. Cada pessoa havia escolhido os seu próprio problema, julgando ser ele o menor da corda.

Daí por diante, o povo daquela cidade deixou de resmungar o tempo todo. E sempre que alguém sentia o desejo de resmungar ou reclamar, pensava no mascate e na sua corda mágica.