domingo, 20 de dezembro de 2009

Não foi chegada a hora

Isto passou-se comigo já há algum tempo.
De visita ao canil de S.Francisco de Assis em Santiago, olhei para dentro de uma box e vejo um cão que costuma andar no Bairro de Brescos. Tem varios donos, está bem tratado, é vacinado . Não se pode considerar um cão abandonado. Perguntei à tratadora o que é que se passava com o cão .
"Vieram trazê-lo para ser abatido, pois houve uma queixa de um morador de que ele lhe estragava o jardim." Disse à tratadora que o iria lá buscar depois de saber o que se estava a passar.
O tal morador tinha a entrada para o jardim sem portão e por isso o cão naturalmente entrava.
Falei com os vários donos e disse-lhes que iria tentar resolver o assunto.
Concordaram.
Fui buscar o cão que voltou de novo para o bairro, enquanto eu não arranjasse outra solução.
Voltou a haver de novo queixa desta vez o cão tinha ido a uma capoeira e tinha morto galinhas.
Que mais teria o pobre do animal feito. Há cada embirração! Isto passa-se tambem entre os humanos.
O que é preciso é arranjar um bode expiatório onde se possa descarregar o lixo que por vezes se acumula dentro de nós. Neste caso mata-se o cão, é apenas um cão é o que pensam certas pessoas.
Arranjei um local particular mas que na altura estava desocupado e prendi o cão, mas como o coitado estava habituado a estar sempre livre, algumas pessoas prestaram-se a ir passeá-lo diàriamente e dar-lhe comida e água.
Não posso precisar mas o cão esteve assim talvez 15 dias findos os quais voltou ao seu bairro, e lá anda feliz e contente . Não vai às galinhas e não incomoda o tal morador, que já vedou o seu jardim.
Isto dá que pensar, porque é que eu apareci nesse dia no canil? Simplesmente porque a hora da partida não tinha chegado para aquele cãozinho.

1 comentário:

Aparecida disse...

Muito bonita esta história, a Júlia bem podia escrever um livro com estas histórias de vida.
Beijinhos
Aparecida