domingo, 24 de fevereiro de 2008

passeio sem destino, deambulando

O pescador encendeado com a luz do solescorregou nas pedras soltas e caiu no abismo.
O vôo da gaivota tem algo a ver com o abandono. Ambos andam na corrente.
-Olhe parece a escrita do tempo.
A obrigação de estar só, de ter de cumprir alguns modelos da minha infância, como o John chaufeur russo e mais tarde o Amante de Lady Chertelay. O russo era um refugiado e o amante um guarda florestal. Figuras masculinas solitárias pois na altura não via nenhuma figura feminina com a qual me quisesse identificar.
Porque eu queria ver com os meus olhos e andar com os meus pés.
-É um espaço de liberdade não é? Pode-se ser livre em qualquer altura. Gostava de andar numa coisa daquelas.
-É concerteza uma fonte. Olhar, olhar, entende-se. Oque é isto? Pés de cabra? Com tres pés é aleijado.
A força vem do âmago, vem de dentro, são as rugas de um homem com milhares de anos.
-Gosta de sopa de poejo? A sua mãe deve gostar. É uma erva brava de cheiro muito forte e activo.
Ficámos atulhados na lama. Um pescedor rebocou o carro com uma corda.
Ia ficando com uma dôr de cabeça! Mas ao olhar o mar extenso e azul ela foi-se embora.

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